Lembram-se de
Uncharted 2: Among Thieves? Aquele jogo exclusivo da
PS3 que rapidamente se tornou numa das maiores referências no que toca à mistura entre plataformas, resolução de puzzles e acção? Em
007 Blood Stone podem esquecer a parte dos puzzles e baixar a fasquia no que toca às plataformas. Quanto à parte da acção, essa é sem dúvida a melhor parte de
007 Blood Stone.
Começando então pelo que
007 Blood Stone oferece aos jogadores, aqui, vão encontrar, um modo
Single Player com a história do jogo, e um modo para vários jogadores, que pode ser jogado tanto em Lan como Online. É óbvio que existe quem prefira entrar logo online e não ligue muito à história, mas vale a pena explorar a história idealizada para este
Blood Stone, nem que seja pela aproximação que foi feita ao universo de
James Bond.
A história de
007 Blood Stone coloca-vos na pele de
James Bond, recriado à imagem de
Daniel Craig, que tem emprestado o corpo ao agente desde
007 Casino Royale. Nesta aventura, Bond descobre indícios que apontam para que um determinado criminoso esteja prestes a abastecer-se de armamento nuclear.
Isto faz com que
Bond viage entre sítios tão distintos como o
Mónaco,
Istanbul,
Atenas e até as florestas do
Burma.
Pelo caminho vão encontrar personagens eternas do universo
007, como a já clássica
M interpretada por
Judi Dench, Tanner e a presença da cantora
Joss Stone, que assume o papel da
Bond Girl de serviço, além de dar voz ao tema de
007 Blood Stone. Por incrível que pareça, todos os actores parecem estar muito bem nos seus papéis, à excepção de
Daniel Craig, que parece algo apagado e até pouco audível durante as suas sequências.
Em grande parte da aventura vão percorrer todo o tipo de cenários a desbravar todos os inimigos que surgem pelo caminho, ou a perseguir alguém que possa ser culpado de alguma coisa. Para isso podem recorrer a uma jogabilidade a fazer lembrar
Uncharted,
onde
Bond anda normalmente acompanhado por um tipo qualquer de arma.
O sistema de mira tradicional está de volta onde apontam com um botão e disparam com outro. Podem correr pelos cenários em busca da melhor cobertura, bastando para isso carregar no botão de aproximação à mesma. Uma introdução bastante útil é a transição entre esquinas, pois caso mantenham o botão de cobertura premido durante muito tempo, podem fazer com que
Bond dobre a esquina sem precisar de sair da cobertura, funciona bem e é muito bem-vindo.
Existem vários tipos de armas que podem usar, que vão desde pistolas simples ou com silenciador, até caçadeiras ou metralhadoras pesadas. Caso tudo isto corra mal, podem sempre usar o combate corpo a corpo que, normalmente coloca logo um adversário KO.
Muitas vezes são incentivados a progredir de forma furtiva e dar cabo dos inimigos sem dar nas vistas, isto acaba por compensar, pois cada vez que matam um inimigo com um ataque físico, ganham um ponto de concentração com o nome de
Focus Aims.
Havendo um total de 3 pontos para acumular, podem usar qualquer um deles para realizar um tiro certeiro em câmara lenta, ideal para eliminar um alvo mais chato ou no caso de terem os 3 pontos, limpar uma sala cheia mais depressa.
Algo que não pode faltar nos jogos actuais de 007, é a utilização de um
Smartphone para fazer tudo e mais alguma coisa, sendo que no caso de
007 Blood Stone, podem utilizar o dispositivo para investigar o paradeiro dos mauzões que patrulham os cenários, procurar por pistas, desactivar alarmes e câmaras de vigilância, mas acima de tudo, e mais importante, fazer chamadas.
Por vezes desactivar algum aparelho inicia um mini-jogo onde é preciso carregar em certos botões em determinada ordem, mas não é nada de muito exigente
Por vezes no entanto,
Bond pode saltar do terreno para o controlo de um veículo, por isso, quando tal acontece, a jogabilidade passa para um jogo de condução arcade onde é preciso apenas acelerar, travar e ter atenção aos perigos que surgem pelo caminho. Estas secções de condução, embora não sejam pérolas em termos de longevidade, são bonitas de ver e estão até agradavelmente construídas,
suavizando assim o factor de repetição da história principal.
Algo que
007 Blood Stone tem de bom é o seu grau de dificuldade, se jogarem num nível de dificuldade mais baixo, vão conseguir correr até um inimigo antes que este vos mate com uma saraivada de balas, mas ao subir para uma dificuldade mais elevada, qualquer erro é fatal e a tensão cresce, mas é aqui também que surgem algumas falhas na detecção de colisão, especialmente no que toca à utilização da cobertura, que embora não seja grave, atira-vos muitas vezes para a mira dos senhores com as metralhadoras.
No total, o modo história demora cerca de 5 horas a acabar e existe poucas razões para repetir a não ser seja apenas para coleccionar os troféus/achievements, mas é a partir daqui que o Online ocupa mais algum do tempo que estejam dispostos a gastar.
Ao entrarem nos servidores de
007 Blood Stone vão descobrir que, tal como os restantes jogos recentes da
Activision, também este imita em certos pontos o esquema principal da progressão online dos
Call of Duty. Existem vários níveis para subir à medida que acumulam experiência obtida através das mortes realizadas, da posição na tabela ao fim de cada ronda e ao fazer determinados objectivos. Podem criar partidas privadas ou deixar que o sevidor vos coloque numa partida entre três estilos de jogo,
Team Deathmatch, Objective e por fim,
Last Man Standing, onde só existe uma vida para cada jogador.
Claro que o Online não estaria completo sem haver várias formas de personalizar a vossa personagem e escolher qual a vossa arma preferida. Além disso, é possível ganhar medalhas sobre os vossos feitos durante o online, o que oferece um pouco mais de conteúdo e longevidade a este modo.
A competição online é rápida e frenética, embora utilize uma técnica algo estranha e com algum lag para representar alvos à distância.
De qualquer forma, tirando um ou outro erro, o Online de
007: Blood Stone consegue ser realmente divertido, embora não tanto como as apostas mais fortes do mercado.
No que toca à apresentação, infelizmente, este jogo não brilha tanto como um filme a sério de
James Bond, afinal, embora todos os elementos de um filme estejam cá, o departamento visual parece normalmente desinspirado em zonas de combate, deixando o impacto para um ou outro nível que acaba por destacar (os telhados do
Mónaco são deverás impressionantes).
Quanto ao resto, tanto as personagens principais, como secundárias estão algo aquém do modelo real, especialmente o próprio
James Bond, que parece muitas vezes um modelo sem vida de
Daniel Craig.
O som está ao bom nível de um filme de
Bond e as vozes dos actores reais estão todas nos respectivos personagens, mesmo assim, pedia-se melhor para os efeitos sonoros, especialmente das armas e dos guardas que acabam por repetir imensas ordens.
007 Blood Stone é sem dúvida um bom jogo, mas que acaba por se tornar algo genérico e inferior quando comparado com outros jogos do mesmo estilo. Tudo o que aqui se encontra é bom, mas já foi visto em outros lados de forma bem melhor. Se são fãs de
James Bond, ou dos filmes, é sem dúvida uma boa compra, embora não tenha o glamour, acção e espectacularidade de um bom filme da saga
007.