Com os videojogos a atingir um dos seus expoentes máximos na década de 90, nos anos 80 surgiu um dos géneros que começou a dar os seus primeiros passos, começou por mostrar todo o seu potencial como um género mais complexo e táctico, falo como não podia deixar de ser, dos jogos de
RTS, ou também conhecidos como jogos de estratégia. Durante a sua evolução, foram várias as franchises que impulsionaram o género, jogos como
Dune,
Command & Conquer ou até
Warcraft, ofereceram uma vertente bem mais complexa tal como um enredo muito forte.
Mas no meio de tantas franchises que foram criadas, houve uma que se sagrou o expoente máximo no que toca aos
RTS, com uma mecânica acessível mas complexa e com um modo multiplayer que criou uma legião de fãs tão forte, que hoje em dia ainda é jogado por milhares de pessoas. 12 anos após o lançamento de Starcraft, muitos dos fãs ansiavam fervorosamente pelo seu sucessor, e eis que em 2010,
Starcraft 2: Wings of Liberty é lançado. Para quem não conhece a série,
Starcraft é um
RTS de ficção científica, que se baseia numa guerra galáctica que decorre no século 26 e que coloca três raças pela luta da sobrevivência: os
Terrans, seres humanos exilados do planeta terra;
Zerg, uma raça semelhante a insectos que luta pela perfeição genética; e os
Protoss, uma raça humanoíde que luta pela sobrevivência da sua civilização e das suas filosofias.
Starcraft 2: Wings of Liberty decorre dois anos após à expansão do original
Starcraft de nome
Brood War, e iremos seguir a luta de
Jim Raynor, um
Terran que após a destruição dos
Zerg no primeiro
Starcraft, formou um grupo de rebeldes de nome
Raynor’s Raiders para destronarem o governo do
Imperador Mengsk, um governador corrupto de um sector da via láctea chamado
Koprulu. Para combater contra imperador
Mengsk,
Raynor e os seus
Raynor’s Raiders, irão collecionar artefactos de nome
Xel’Naga para uma fundação científica de nome
Moebius Foundation, que para além de partilhar do mesmo intento que
Raynor, irá também financiar a sua campanha contra o Imperador.
Neste jogo iremos apenas seguir a facção dos Terran, ao contrário do primeiro
Starcraft onde tínhamos três facções à nossa disposição. Sendo assim, a
Blizzard irá lançar duas expansões após o lançamento de
Starcraft 2: Wings of Liberty, para seguir cada uma das outras facções.
A mecânica principal do
Starcraft 2: Wings of Liberty centra-se na sua vertente estratégica em tempo real do terreno de combate, e de acordo com as nossas missões, iremos decidir aquela que mais se assemelha à missão. As missões que iremos ter, vão desde uma simples destruição dos inimigos no terreno de combate, até ao segurar de uma certa localização para sermos extraídos. Dentro dos terrenos de combate, normalmente o jogador começa numa base principal com o nome de Command Center, e alguns SCV’s, unidades especializadas na construção de edifícios e na recolha de minerais e gases, para assim adquirirmos mais recursos e aumentarmos o nosso exército para completarmos a nossa missão.
Ao evoluirmos a nossa presença no território de combate, poderemos criar estruturas de acordo com a estratégia que iremos adoptar, estruturas estas que nos poderão fornecer soldados, veículos bélicos aéreos ou terrestres, ou até ferramentas de alta tecnologia com várias funções como espionagem durante alguns segundos do território inimigo.
Depois de termos as estruturas construídas, a produção de soldados ou de veículos leva algum tempo a ter efeito, cerca de 20 segundos cada, o que leva ao jogador a preparação de cada acção com alguma antecedência. Algumas estruturas podem ser melhoradas ao ponto de permitirem a construção em simultâneo de duas unidades. A mecânica mantêm-se praticamente igual ao de o primeiro
Starcraft, sendo que algumas pontos foram melhorados comparados com o primeiro. Antes de cada combate, podemos preparar o nosso próximo passo numa nave de
Raynor, e nela temos várias funções disponíveis, como evoluir unidades criadas, contratar soldados mercenários que aparecem imediatamente em naves específicas assim que contratados, ou escolher a nossa próxima missão.
O modo multiplayer é um dos pontos mais altos de
Starcraft 2: Wings of Liberty, e é onde iremos colocar a nossa prática à prova, jogando contra vários jogadores do mundo inteiro. Este modo multiplayer é suportado pelo sistema Battle.net, que grava todas as estatísticas do jogador, e agora possui um sistema de replay que permite rever um jogo anteriormente jogado. No modo campanha temos acesso a uma facção, mas em multiplayer poderemos jogar com as três facções e em vários modos como todos contra todos, 1 contra 1, 2 contra 2, 3 contra 3, 4 contra 4 e uma equipa de jogadores humanos contra o computador.
A apresentação é um dos pontos mais altos do jogo, sendo que o nível de detalhe e de polimento é o resultado de vários anos de trabalho e que decerto irão impressionar o jogador. Agora com um motor de jogo em 3D,
Starcraft 2: Wings of Liberty é detentor de uma apresentação invejável e que estabelece assim um novo patamar como um dos
RTS mais elegantes da actualidade, com uma qualidade no detalhe dos cenários e personagens muito superior e cinemáticas muito atraentes.
A sonoplastia não desaponta na íntegra, sendo que possui um forte elenco de actores de voz como o comediante
Neil Kaplan e
Ali Hillis, esta última que deu a voz a
Lightning em
Final Fantasy XIII, oferecendo uma vertente cinematográfica muito bem conseguida a
Starcraft 2: Wings of Liberty. Todas as unidades de combate possuem as suas próprias vozes, com várias linhas de texto, algumas destas que nos conseguem fazer rir de vez em quando. Os efeitos de som são praticamente idênticos aos encontrados no
Starcraft original, com uma ligeira melhoria na qualidade de som.
Para prolongar a longevidade e a dificuldade do jogo, a
Blizzard ofereceu várias oportunidades de dificuldade de acordo com a nossa experiência com jogos
RTS ou até mesmo a franchise
Starcraft, bem como a adição de “achievements” específicos em cada nível e assim incitar à repetição do jogo ou até mesmo de alguns níveis.
Com alguns anos de produção,
Starcraft 2: Wings of Liberty veio para reclamar novamente o título que sempre deteve, como rei dos jogos de estratégia oferecendo um nível de detalhe gráfico muito elevado, um enredo muito forte, uma jogabilidade que nunca passa da moda e um modo multiplayer que irá com certeza incitar à imigração do antigo
Starcraft para
Starcraft 2: Wings of Liberty. Sem dúvida que
Starcraft 2 é um forte candidato para jogo do ano juntamente com títulos como
Mass Effect 2,
God of War 3,
BioShock 2,
Final Fantasy XIII,
Super Mario Galaxy 2,
Red Dead Redemption ou até
Dragon Quest 9. O tempo de produção não afectou de certeza
Starcraft 2: Wings of Liberty e até o tornou ainda melhor, por isso, se são possuidores de um
PC, não percam esta obra prima.